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Um acordo de paz na Colômbia permitiu que os pesquisadores retornassem ao local onde um fóssil de saurópode foi desenterrado em 1943, nomeando-o como uma nova espécie, Perijasaurus Lapaz.

Um dinossauro saurópode foi identificado como uma nova espécie quase 80 anos após sua descoberta em uma remota cordilheira colombiana.

Uma vértebra de meio metro do dinossauro foi desenterrada por um geólogo que trabalhava para uma empresa de petróleo no norte do estado colombiano de Cesar em 1943. Ela foi armazenada na Universidade da Califórnia, Berkeley, desde então.

Foi descrito preliminarmente em 1955 como um saurópode, parte do grupo de dinossauros herbívoros de pescoço longo que inclui diplodocus e brontosaurus. Mas pouco mais se sabia sobre o espécime, pois as montanhas isoladas onde foi descoberto eram dominadas por grupos guerrilheiros armados.

A desmobilização das revolucionárias Forças Armadas da Colômbia (FARC), após um acordo de paz de 2016, abriu o caminho para Jeff Wilson Mantilla da Universidade de Michigan e seus colegas retornarem ao local.

Comparando sedimentos do fóssil na Califórnia com sedimentos no local perto da fronteira venezuelana, onde o fóssil foi descoberto, confirmaram a camada de rocha exata da qual foi extraído. Isso permitiu que os pesquisadores determinassem que ele data de 175 milhões de anos atrás.

Eles nomearam a espécie Perijasaurus Lapaz em homenagem à cordilheira de serranía del perijá, onde foi descoberto, e à palavra espanhola para “paz” como uma homenagem ao histórico Acordo de Paz.

É o espécime de saurópode mais ao norte já encontrado, e o único desde o início do período jurássico, quando alguns dos primeiros saurópodes percorreram a Terra, encontrados na América do Sul fora da Argentina.

“A maior parte do que sabemos sobre a América do Sul durante quase toda a era dos dinossauros provém do cone sul do continente”, diz Wilson Mantilla.

Perijasaurus Lapaz é semelhante a outros saurópodes desse período encontrados na Ásia, norte da África e sul da Patagônia, que eram menores que os dinossauros deste grupo. Estima-se que teria cerca de 12 metros de comprimento, metade do tamanho do gigantesco diplodoco, mas compartilhava o icônico pescoço elevado, corpo em forma de cano e cabeça pequena. Pequenas mudanças na arquitetura dos suportes ósseos nas vértebras a diferenciam de outras espécies contemporâneas.

Ao passo que dinossauros como o Brachiosaurus, que viveram cerca de 150 milhões de anos atrás, têm vértebras totalmente vazias, em Perijasaurus, apenas a parte superior não era sólida, sugerindo que a evolução dos ossos ocos estava apenas começando.

De acordo com os cálculos dos pesquisadores, os espaçadores rasparam 20% do peso da coluna vertebral em Perijasaurus, enquanto os de espécies posteriores eram 70% mais leves.

Como nos pássaros modernos, reduzir o peso do esqueleto em certas áreas o tornaria mais leve, mas também mais robusto, reduzindo a carga. “É muito parecido com a maneira como uma estrutura de bicicleta é estruturalmente sólida, mas leve devido a ser vazia”, diz Wilson Mantilla.

O mapeamento da progressão dos espaçadores ósseos e outras características esqueléticas sugere que Perijasaurus e outros saurópodes desse período são precursores de dinossauros como Brachiosaurus e Brontosaurus que evoluíram em outros lugares após o supercontinente Pangeia começar a se fragmentar.

“Nossa hipótese é que Perijasaurus e espécies da África e da Índia fazem parte do tronco que leva a essa grande radiação de saurópodes que exageraram essa característica”, diz Wilson Mantilla.

Referência do diário: Journal of Vertebrate Paleontology, doi: 10.1080/02724634.2021.2077112

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