Sat. Jul 27th, 2024

Para muitos, Plutão permanece como uma entidade distante e misteriosa na borda do nosso sistema solar. No entanto, imagens capturadas pela sonda New Horizons da NASA em 2015 revelaram segredos que desafiam nosso entendimento sobre geologia planetária. Entre essas revelações está a descoberta do que pode ser um supervulcão, lançando vastas quantidades de gelo sobre a fria superfície de Plutão.

Crateras Geladas de Plutão: Uma Janela para Atividade Supervulcânica?

A chave para essa teoria intrigante está na cratera Kiladze, uma depressão de 44 quilômetros de largura no terreno de Plutão. À primeira vista, pode parecer apenas outra mancha celestial, mas análises mais profundas sugeriram atividade vulcânica recente. As características e o tamanho desta cratera são comparáveis aos supervulcões da Terra, como a colossal caldeira de Yellowstone em Wyoming.

Vulcões de gelo, ou ‘criovulcões’, não são novidade para cientistas planetários. Tais estruturas foram identificadas em Plutão pela New Horizons e acredita-se que ejetam água congelada em vez da lava derretida que associamos a vulcões terrestres.

Dale Cruikshank, do Centro de Pesquisa Ames da NASA, e sua equipe de pesquisa apresentaram evidências convincentes de que Kiladze pode ser um supervulcão extinto ou adormecido. Em termos geológicos, um supervulcão é frequentemente definido por sua capacidade de ejetar um volume enorme de material, especificamente cerca de 1000 quilômetros cúbicos. A estrutura da cratera Kiladze, com uma parte significativa de sua borda parecendo ter sucumbido a colapsos ao longo do tempo, sugere uma origem vulcânica.

Decifrando os Segredos de Kiladze

Utilizando dados de altura e postulando a presença de gelo d’água dentro da cratera, a equipe de Cruikshank estimou que o supervulcão de Kiladze poderia ter liberado uns impressionantes 912 quilômetros cúbicos de material. Outra pista significativa está no gelo d’água rico em amônia detectado ao redor da cratera, acreditando-se que se origina de sob a superfície de Plutão.

Surge uma pergunta: como o gelo d’água pode persistir na superfície de Plutão? A atmosfera do planeta anão envolve sua superfície com uma espessa camada de metano congelado. Se há gelo d’água presente, então alguma atividade recente deve ter trazido à superfície, e provavelmente teria ocorrido nos últimos milhões de anos para permanecer descoberto pelo metano.

Esta descoberta tem implicações profundas. A própria natureza da cratera Kiladze pode ajudar a decifrar se Plutão abriga um vasto oceano líquido subterrâneo ou apenas manchas esporádicas de água.

Teorias Alternativas e O Caminho a Seguir

No entanto, nem todos estão convencidos da teoria do supervulcão. David Rothery, da Open University, UK, postula que um impacto de asteroide imenso pode ter formado a cratera Kiladze. Tal impacto colossal poderia até catalisar uma erupção vulcânica ao fraturar um reservatório de magma congelado sob a superfície de Plutão.

A teoria do supervulcão permanece objeto de debate e requer uma análise comparativa abrangente de Kiladze com outras crateras de Plutão. Somente então podemos determinar sua verdadeira natureza.

No vasto espaço, Plutão continua nos lembrando dos inúmeros mistérios que esperam nossa exploração. À medida que a ciência avança, nos aproximamos de desvendar o intrincado tapete do nosso sistema solar.

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Fonte: https://arxiv.org/abs/2310.10904

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